QUEM PAGA É SEMPRE O MESMO
Algures havia uma Aldeia, que como qualquer Aldeia, de
Contos estava
cheia. Cheia estava também, de personagens de bem, que
Aldeia que
preze, tem.
Tem o surdo, o cego , o perneta, o tolo, o burro, o
maneta,
O Chico esperto, o inteligente, o zé- ninguém, o
deprimente,
O filho da mãe, o vigarista, o vigário e o artista,
O salafrário e o presidente, o aprendiz, o
pretendente,
O juiz, o coitadinho, e por fim o zé- povinho…
E assim, começa o Conto:
O surdo perguntou ao cego, o cego disse ao perneta,
O perneta indicou o maneta, o maneta disse: Não pego.
O tolo mandou o burro, o burro, o inteligente,
O inteligente, o deprimente, ao deprimente cheirou-lhe
a esturro.
Falou com o Chico esperto, o Chico esperto com o zé-
ninguém,
O zé -ninguém, com o filho da mãe, o filho da mãe, não
faz decerto.
Chamou então o vigarista, o vigarista disse ao vigário
O vigário ao salafrário, o salafrário ao artista.
Entra então o aprendiz, o aprendiz diz ao presidente,
o presidente ao pretendente, que delegou ao juiz.
Agora já se faz luz: O juiz chamou o coitadinho,
O coitadinho o zé -povinho, a dois nomes se reduz…
O Conto que quis contar, conta um Conto d’encantar,
E com quem pode contar, pois tem sempre, com quem
contar…
MORAL DO CONTO
Quando não tens um culpado, só precisas procurar,
Arranjar um desgraçado, e… O ZÉ POVINHO encontrar…
Réjo Marpa
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