sexta-feira, 5 de abril de 2013

QUEM PAGA É SEMPRE O MESMO


 QUEM PAGA É SEMPRE O MESMO

Algures havia uma Aldeia, que como qualquer Aldeia, de Contos estava

cheia. Cheia estava também, de personagens de bem, que Aldeia que

preze, tem.

Tem o surdo, o cego , o perneta, o tolo, o burro, o maneta,

O Chico esperto, o inteligente, o zé- ninguém, o deprimente,

O filho da mãe, o vigarista, o vigário e o artista,

O salafrário e o presidente, o aprendiz, o pretendente,

O juiz, o coitadinho, e por fim o zé- povinho…

E assim, começa o Conto:

O surdo perguntou ao cego, o cego disse ao perneta,

O perneta indicou o maneta, o maneta disse: Não pego.

O tolo mandou o burro, o burro, o inteligente,

O inteligente, o deprimente, ao deprimente cheirou-lhe a esturro.

Falou com o Chico esperto, o Chico esperto com o zé- ninguém,

O zé -ninguém, com o filho da mãe, o filho da mãe, não faz decerto.

Chamou então o vigarista, o vigarista disse ao vigário

O vigário ao salafrário, o salafrário ao artista.

Entra então o aprendiz, o aprendiz diz ao presidente,

o presidente ao pretendente, que delegou ao juiz.

Agora já se faz luz: O juiz chamou o coitadinho,

O coitadinho o zé -povinho, a dois nomes se reduz…

O Conto que quis contar, conta um Conto d’encantar,

E com quem pode contar, pois tem sempre, com quem contar…

MORAL  DO  CONTO

Quando não tens um culpado, só precisas procurar,

Arranjar um desgraçado, e…  O ZÉ POVINHO encontrar…

                    

Réjo  Marpa

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