quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

UM NATAL LONGE, NUM DESERTO, MAS NÃO DESERTO...

UM NATAL LONGE, NUM DESERTO, MAS NÃO DESERTO...
 
Debaixo de um Sol abrasador, envolto num manto de Dunas Douradas,
esmagadas por um Céu tão perto, e de onde decerto são pintadas,
surge o CUROCA, Senhor do Deserto, certo das pisadas a seguir, qual Rei Mago,
e que no afago da simplicidade, serpenteia pela areia,
que dita a Lei do mais forte, o porte da dignidade, perante a verdade
do poder da Natureza, que deixa transparecer uma enorme beleza
por de entre toda a dureza nela representada...
E aquele Ponto Negro no Horizonte, fonte de imagem retratada
que de Miragem não tem nada, com passos firmes e decididos,
fundidos no querer vencer o caminho, sozinho perante o Mundo,
vai fundo ao profundo Espiritual numa entrega incondicional
da sua riqueza, a Princesa daquele Lugar: WELWITSCHIA MIRABILIS...
E, numa sincronia, Natureza-Ser, a rebeldia selvagem trespassa a Miragem,
e dá-se o Milagre da sobrevivência, na vivência sobrevivente,
própria dos fortes, em sortes desiguais, apenas iguais,
no desejo ardente em sobreviver...
E é quando a noite se apresenta trazendo consigo um frio baldio
que assenta arraiais, onde o silêncio se torna demais,
nos sinais daquela Estrela tão cintilante, que de mais brilhante,
lhes serve de Guia na Via a seguir, ou sentir aquela Outra, aquela, a Cadente,
que corre tão rente que quase se sente aquele arrepio,
que não se sentiu com o frio baldio quando surgiu...
A Estrela, o CUROCA seguiu, e naquele caminho viu um silêncio tão grande,
Porto Alexandre que era, nesta Tombwa que é, numa Era de Fé,
dormindo um sono sossegado sempre vigiado,
por uma "Ilha" encantada de Ameijoas banhada e salpicada de Luz,
por uma Lua que seduz,
Pescadores, Traineiras, Chatas, Baleeiras, Senhores do Mar a irem pescar,
Peixes hipnotizados, que de tão encantados se deixam apanhar...
E o CUROCA, deixou-se apanhar...
Tornou-se Kimbar...
 
Réjo Marpa
 
Deserto
Tirado da Net
 

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