terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MOÇAMBIQUE LÁ TÃO LONGE, AQUI TÃO PERTO...

MOÇAMBIQUE LÁ TÃO LONGE, AQUI TÃO PERTO
 
Lourenço Marques que eras, Maputo que hoje Tu és,
adoramos-te deveras, continua a ser quem és...
Tuas Avenidas enormes de animação concorridas, tuas Noites preenchidas,
Maputo que nunca dormes...
Quem não se lembra da Catedral com a Câmara a espreitar,
mais o Prédio do Funchal e a Cervejaria Coimbra com o Frango à Cafrial?
E a Pastelaria Princesa e o Bife de Café, Bife à Princesa também,
a mostrar como é que é, no Prato ficava bem... 
E então o Marialva levava Gente a Reboque, tão famoso era o Bitoque,
como os Bifes na frigideira feitos em barro de primeira...
E a Laurentina afina pelo mesmo diapasão, o gostoso Camarão,
mais a Cerveja então, e a Tenda do Sheik, Também o Continental,
quantas vezes se comeu, matou-se a sede bebeu, bons momentos se viveu...
E o Cinema Gil Vicente, que tanta Gente acolhia,
e o Manuel Rodrigues que tantas vezes enchia, quando o Teatro aparecia...
João Maria Tudela, os Fados no Girassol,
 e a Rampa do Caracol a beijar o Hotel Polana, que do alto imponente,
via ao longe bela Baía com a Marginal em frente, que se enchia de Gente
ao fim de cada dia, e também quem não se lembra do Clube Naval, afinal?
E da Mesquita, e do Templo Chinês, das Raças, dos Credos e Religiões,
dos Quartéis, das Repartições, das Praças, dos Belos Jardins e afins,
e a bonita Estação e o Rádio Clube, e o prático Aeroporto e o grandioso Porto,
 e o valoroso Desporto, e o Eusébio, e o Hilário, e o Mário Coluna,
e o Adrião, e o Velasco, e o Moreira, e tantos e tantos mais,
no Basquete, Ginástica, Natação, o Orgulho da Nação...
E as belas Capulanas que de Terras Africanas eram um Sol de cores berrantes,
Brilhantes por lapidar, Noites de brilho ao luar,
Moçambique de tais encantos, encantos de encantar que se deixa encantar,
por Gente que nunca dorme, Gente que pensa a sonhar...
Moçambique Terra do Índico, Oceano das águas quentes,
tal como as suas Gentes, com Praias de areias brancas...
E lembram-se das Feiras Francas, que por lá são os Bazares,
cheios de cheiros e cor enchem os ares de odor, que de tudo tem para vender,
onde só querer, é comprar, isto em qualquer Bazar...
O Mercado Xipamanine, com o Caranguejo Negro pescado em águas do Rio,
era um Rio de desejo, que do Seco Camarão, a Matapa dá então
um belo preparado, e se estiver engasgado tenha um "Maeu" preparado,
que o vai deixar reparado, ou um pouco estonteado, mas muito revigorado...
E o simples Cidadão, simples, modesto, vulgar, puro, honesto, singular,
como o modo de viver, sua maneira de ser, verdadeira, natural,
por também ser natural, a Saudade de que nasceu, por lá cresceu e viveu,
a vida com intensidade, uma vida de verdade...
E por ser verdade, se por acaso lá for, resta deixar um recado:
Diga por lá OBRIGADO, KANIMAMBO deste lado,
e um sempre ao dispor...
 
Réjo Marpa 
 
Moçambique lá tão longe, aqui tão perto
Imagem da Net 
 

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