sexta-feira, 2 de agosto de 2013

BASTA SERMOS NÓS...


BASTA SERMOS NÓS

ELE – Há uma coisa que me faz confusão… Qual a razão de só a ver à

noite?

ELA – E se eu lhe perguntar qual a razão, porque só o vejo de dia, o que

me responderia? Ou não o faria?

ELE – Na verdade não vou responder e vai desculpar-me o estar a

perguntar, mas se o faço, o que espero não lhe causar nenhum embaraço,

é por sabê-la tão linda, majestosa, de uma beleza infinda, tão misteriosa

para a esconder…

ELA – E você? Quando aparece é sempre caloroso, irradia tanta energia,

que o dia brilha sempre com mais intensidade, tal a luminosidade que faz

transparecer, e com ela aquecer qualquer lar.

ELE – Não faça a minha vaidade crescer, pois eu apenas tento aquecer o

lugar, torná-lo mais confortável, contornável, para se poder desfrutar com

o mínimo de qualidade, ao passo que você, entra com tão grande

intensidade e sentido profundo, no ego do mundo…

ELA – Exagero meu amigo, se tivesse o seu poder, saberia o que fazer com

a minha timidez e talvez não fosse tão exigente, porque sei que vou ter

sempre que depender de terceiros, parceiros para iluminar muita gente, o

que me deixa insegura, talvez até muito imatura, e por isso só me poder

dar a conhecer de quando a quando, aparecendo e desaparecendo pela

noitinha, sozinha…

ELE – Mas amiga, para quê tanto mistério, a sério, você é linda, a sua

imagem então, é um clarão envolvente, de um calor tão quente, que

quando se olha para ela, dá-se magia, a noite torna-se dia, sei lá, a luz que

nos seduz…

ELA – Você não me compreende, não me entende… O meu problema é tão

só o meu aspecto, por achar não ser o mais correcto, mas você não vai

conseguir entender, pode crer, porque isto é mais envolvente, podendo

por isso, vir a ser muito deprimente…

ELE – Não acredito! Mas como não dou o dito pelo não dito, torno a  

repetir: Você é linda, e o mistério que a envolve, fascinante, você tem

momentos em que é brilhante e os tempos em que desaparece,

transparece uma nostalgia cativante…

ELA – Pois é, mas ando constantemente numa roda-viva, tão cansativa,

apenas para conseguir atingir o que quero para não andar deprimente,

mas infelizmente esta sua amiga, volta sempre ao ponto de partida, ferida

na sua vaidade, na sua dignidade…

ELE – Isso são fases, são apenas fases, que vocês no feminino dão muito

valor, mas que nós no masculino, sem qualquer pudor, não damos tal

importância e das quais se pudermos queremos é distância.

ELA – Sim, sim, quando é convosco, porque quando se trata de nós, a voz

torna-se crítica, o olhar diferente e isto serve para toda a gente, quer não

acredite ou seja crente.

ELE – Acha mesmo? Olhe para mim… Quando tenho algum problema não    

apareço… Se me apetece chorar, desapareço, escondo-me por detrás de

algo espesso, e aí, dou azo a este meu dilema, e choro copiosamente uma

chuva de lágrimas, porque sei de antemão que depois das lágrimas

derramadas, virão raios esplendorosos em carradas…

ELA – É o que tento fazer… Estou cheiinha, faço exercício durante uma

semana, emagreço, desapareço durante outra semana e sabe você o

porquê? Porque não me consigo manter… Por isso volto e lá estou eu a

engordar lentamente, até ficar novamente cheiinha… Este é o meu

destino, está o menino a perceber agora o meu dilema? Este é o meu

problema…

ELE – Mas que dilema? Que problema? Isso é destino, sim, e que destino…

Ainda bem que assim é, pois ao contrário do que pensa, você, cheiinha é

maravilhosa, poderosa, esplendorosa, e sabe que mais, eu sinto-me

orgulhoso por poder dar sem nada receber em troca, só pelo puro prazer

de desfrutar esse resultado maravilhoso.

ELA – Amigo, você é a minha luz, o meu Sol…

ELE – E você amiga, é o meu Luar, Lua…
 
O SOL PÔR, A LUA AO DISPÔR...
 

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