sábado, 15 de junho de 2013

TRÊS MENINAS E UM MENINO

TRÊS MENINAS E UM MENINO
 
Era uma vez três meninas e um menino que brincaram na liberdade das areias, parede, meias de um Deserto, tão perto de um Mar adentro, beijado ao centro, por outra lingua de areia, que cheia de boas intenções, alguém, que de Personagem decerto era, chamou de "Ilha", e assim ficou como uma filha adoptiva, porque viva e interventiva por ideal como um ideal Porto Natural, um bom Porto de abrigo amigo...
Era uma vez três meninas e um menino que calcorrearam pontes de Traineiras atracadas, que as Chatas mostravam, mais Baleeiras aprumadas que descansavam, meninos que viram pescar aquele peixe a secar em todas aquelas Eiras que secavam ao Sol num rol de cantigas, cantadas além por quem trabalhava, enquanto o peixe por lá passava, por lá secava...
Era uma vez três meninas e um menino que como qualquer criança, brincaram o bastante,o suficiente, de quem livremente vivia em tempos de Bonança, que aprenderam na Escola as letras que tanto leram, que correram Recreios de brincadeira, que viveram o cantar do Hino virados para a Bandeira, que apreenderam lições de boas maneiras, que sujaram vestidos, que rasgaram calções, que acarinharam bonecas, que maltrataram a bola, eram "Meia-Lecas", coisas de Escola...
Era uma vez três meninas e um menino que rolaram entre Dunas, que visitaram Furnas, que olharam Oásis secretos, que viveram Povos discretos, que viram Lagoas que brotaram do nada no Deserto, e, ali tão perto, conheceram uma Planta Esquisita, que tornara-se bonita por Esquisita, que passaram por uma estrada de rectas, ou por um Rio que só era Rio quando queria, e que molharam os pés numa Passadeira que servia de Ponte, e fazia ponte para o outro lado, o lado em que o Deserto continuava, e que esperava pacientemente que o Rio autorizasse que o atravessasse...
E, eles viveram o Amanhecer intensamente, cresceram com o entardecer no crescente frenesim do dia-a-dia, e disseram sim à tranquilidade do Anoitecer, porque o Dia era Amanhã, e o Amanhã era já ali!
Mas um Dia, o Amanhã fez-se tarde... E de tão tarde, só muito mais tarde, através da evolução num Face de emoção, que de um se fez dois, que de dois se fez três, originando um quarto, que se encontraram numa estrada da Vida, esta muito comprida, cheia de curvas, algumas turvas, num Deserto diferente, Deserto deserto de areias, de Oásis cheios de nada, que de tão saturados, são inundados de nada, do nada que lhes querem dar...
Era uma vez três meninas e um menino... Mais uma vez, a história começou por era uma vez...
 
Réjo Marpa
 
De: Réjo Marpa
 
 
 

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