quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O FIM DE ANO CHEGOU, E O PRINCIPIO DE UM OUTRO TAMBÉM...

O FIM DE ANO CHEGOU,
E O PRINCIPIO DE UM OUTRO, TAMBÉM...
 
Ainda se vê um papel colorido aqui e ali esquecido!
Ainda se vê a mesa repleta, de doçaria coberta!
Ainda lá está a Árvore de pedra e cal a relembrar o Natal!
Ainda se sente a falta de quem se vai, porque o amor não se esvai!
Ainda se ouvem vozes que não estão, mas que nossas sempre serão!
Ainda, ainda, ainda...
E a Televisão em surdina, opina em Fotos Documentadas,
um Fogo de Artificio, vicio de Tempos de Outrora,
a sua grandeza, beleza vivida também no Agora,
que nos faz sonhar, apreciar Noites de Cor, iluminadas...
E num repente, um Pendente repete as Badaladas,
que de tão Badaladas, por todos ansiadas,
que num Tempo de pressa, depressa são passadas,
e que num repente, num Segundo, um Segundo demora,
e, damo-nos conta que o Mundo se encontra,
noutro Tempo, em um novo Tempo que se mete,
2017,
e vamos por aí fora...
Feliz e Próspero Ano Novo... 
 
Réjo Marpa
 


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

SONHANDO ATRAVÉS DE OUTRÉM

 
SONHANDO ATRAVÉS DE OUTREM
 
Sou Angolano, mas minha Mufana Chunguila é Moçambicana...
Era uma vez...
E o Mulungo de Balalaica, cheio de Banga na sua Banca 
naquele cantinho daquele Bazar, com uma Bazuca Laurentina na mão,
conversa com o seu Bro que tem o Xitolo mesmo ao lado
e que não passa de um Bula-Bula,
 sempre na Canganhiça com o seu copo de Catembe
 a fazer-lhe companhia no dia a dia,
deitando um olho àquela Mufana Chunguila,
que coberta na sua Capulana vai Gingando o seu torneado Mataco,
 enquanto vai dizendo Hambanine à sua Mamana, ou Tá-Tá às suas Brós...
Depois de criado este Milongo, sai para Tchilar,
 mas como por pouco não consegue apanhar o Machimbombo,
apanha um Xopela, já que o Xitimela
tinha passado Maningue cedo...
O motorista cheirava a Maheu,
 a seu lado empalhado, estava o Matabicho por inteiro,
no pescoço um verdadeiro colar de Missangas,
os dentes certamente lavados com Mulala de tão brancos,
como branca estava a sua Chipala,
parecendo mais um Xipoco que um Nhamussoro...
Com medo que lhe fizesse um qualquer Xicuembo,
mandou parar, pagou, não sem antes dar um pequeno Saguate,
saindo a correr para ir dançar uma Marrabenta,
apanhar vento na Venta,
para esquecer aquele ar Macambúzio,
e a dizer para si mesma:
Suca-Suca, me deixa sozinha...
Depois, acordo e vejo que estive a sonhar,
um sonho que minha Mofana Chunguila
 quis sonhar através de mim uma ultima vez,
e digo-vos,
que foi demais ter sonhado este sonho,
e mais,
 ter sonhado este sonho por Outrém...
 
Réjo Marpa
 

Imagem da Net

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DEZEMBRO, NATAL...

 
DEZEMBRO, NATAL...
 
Era Dezembro, como me lembro!
A ida ao Mercado Municipal, as Luzes de Natal,
as Ruas 28 de Maio e 15 de Setembro,
a Árvore de Natal e o Prédio Universal,
tudo iluminado de maneira tal, que nos iluminava
e ao mesmo tempo, a outro tempo nos transportava!...
Era Dezembro, como me lembro!
Como tão diferente era ou parecia ser em Portugal,
consciente ou inconscientemente,
tudo parecia mal, até mesmo, inconstitucional,
em suma, não parecia Natal!
Era Dezembro, como me lembro!
Hoje, cabelos brancos à solta, melancolia,
saudade em uma marcante nostalgia
envolta de alegria por dever cumprido,
mesmo que ferido!
É Dezembro, de tudo me lembro!
Do Passado, do Presente e olho em frente,
sem medo de olhar para trás, ao meu tempo de rapaz,
porque de tudo me lembro,
ainda mais em Dezembro!...
 
Réjo Marpa
 
FELICIDADES para todas as minhas AMIZADES...
Foto de Mário Rui
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

NEGRA DA CAPULANA

NEGRA DA CAPULANA
 
 
Negra da Capulana, Mamana de Filho às costas,
 
postas ao caminho descalças, em Valsas de passos dados,
 
trocados na rua dura, amargura de uma vida,
 
dorida de tão sofrida...
De Marrabenta na Venta,
 
aguenta sem reclamar ao trabalhar o seu Pão,
 
no Chão que pisa de amor, todo o labor com suor,
 
afinal seu maior Dote, tão forte sua vontade,
 
na liberdade da Vida, dorida de tão sofrida,
 
por Vivida!...
 
Réjo Marpa

segunda-feira, 20 de junho de 2016

UM BARCO, UM MAR, GENTE, UM OLHAR DE NADA, NO NADA...

 
UM BARCO, UM MAR, GENTE,
UM OLHAR DE NADA, NO NADA.
 
Um Barco, um Mar imenso, uma imensidão de Gente rodeada
de um imenso silêncio, silenciada pelo momento!
Um perdido no Tempo, Tempo do momento feito Tempo de reflexão,
naquele Mar, naquela imensidão...
Mar de mudos gritos, de olhares aflitos, Mar de esperança,
na bonança que se procura!
Amargura de uma vida que de ternura já era, porque ternura perdida,
porque amargura sentida, que nesta vida parida,
que neste Barco viaja à procura do Bem-Haja,
neste Mar imenso, rodeado de imenso silêncio,
por entre uma imensidão de Gente,
que sente a solidão em Tempo de reflexão...
E, o Barco aí está, e, tanta Gente lá há, e, tanto Silêncio está...
Sente-se Tempo silenciado, Tempo de Refugiado...
E num Olhar para o Nada, no Nada, que do Nada trespassa o Nada,
ferido nesse Tempo pelo Tempo de então,
navega por de entre Nada, por de Nada cheio, no meio do chão!
Olhar incolor que nem dor mostra, só mostra o difícil que no fundo é ver,
o que ele esconde, está a esconder!
Olhar tão baço, traço distante,
como distante sua vida na Terra, como distante o Olhar a Terra!
Olhar de Nada em Nadas perdido, sofrido da Guerra enterra uma Vida,
e perdido da Vida, perdido no Tempo, vive sem Tempo, no mesmo Tempo,
que o está a envolver!
Olho esse Olhar com Olhos de querer,
mas ó meu Deus,
não o consigo ver!...
 
Réjo Marpa
 
Imagem tirada da NET

 


sábado, 26 de março de 2016

ROSA DE PORCELANA


ROSA DE PORCELANA

Rosa de Porcelana,
que da Terra Angolana a beleza em ti cresceu,
és bela, qual beleza da Natureza, a Angola,
Deus deu...

Rosa de Porcelana,
bons olhos te almejem, para que de ti versejem,
quão espectaculares são tuas Pétalas afinal,
e o teu resultado final, simplesmente genial...



Rosa de Porcelana,
tela Angelical, Obra Divina, Obra Celestial,
forma maravilhosa, cor maviosa,
que de branco rosa vestida de vida és imbuída...

Rosa de Porcelana,
Rosa Angolana, Rosa tão bela à vista,
que me faz sentir, ser saudosista...

Réjo Marpa