quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

E... MEIA NOITE BATEU!

 
E... MEIA NOITE BATEU!
 
A Décima Segunda badalada bateu,
 uma Luz se acendeu num Fogo preso!
O meu Olhar ficou preso naquela data:
1976...
Preso ao tempo me senti, nesse mesmo tempo me revi,
como vivi, o que senti,
o que estava a viver, o que estava a sentir, e, chorei...
Eram lágrimas de dois Meses de Saudade, de incredibilidade,
lágrimas de incerteza na crueza do Futuro,
o duro e amargo sabor de meu Pai ter deixado,
de ele ter ficado, de não haver certeza de nada,
 e, ali estava eu,
Albufeira assim se chamava o local,
qual "Porto de Abrigo" amigo,
 a verdadeira verdade daquela realidade...
De repente o estalar dos foguetes fez com que me atirasse para o chão,
 me avivasse a memória duma História ainda recente,
 e revivi tudo novamente,
numa fracção de Segundos,
 igual ao Segundo que aconteceu 1976...
E foi aí,
foi aí que descobri o que não queria,
foi aí que descobri o que queria,
e o que eu queria era viver,
 somente viver, porque ao viver,
sabia que o que tinha vivido,
iria sobreviver
 e por tal, jamais esquecer...
2016, está aí,
 eu estou aqui, sobrevivi,
vivi a minha vida cada segundo,
 e segundo a segundo, tornei-me mais forte,
lado a lado com a sorte,
de ter tido a meu lado a Família, os amigos,
e eles foram a minha sorte, na sorte que a vida me deu,
uma Segunda oportunidade, um novo Jubileu...
Viva a Amizade que o ANO NOVO
me concedeu...
 
 


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

CONTO DE NATAL

CONTO DE NATAL
 
Inicio a viagem, deixo o Algarve, atiro-me Alentejo a dentro, e, de repente,
qual miragem de alarve, entro em delírio fervente, olho o Mundo a fundo,
e num olhar profundo, admiro o Oásis que tenho à frente.
Respiro, inspiro a Mente, e em Mente que não mente, deixo-me embalar
pela maravilha da "Ilha" de água e pela imagem em escultura que perdura nas
rochas de um amarelo tão belo que me sinto e sinto que estou na Lagoa do Arco...
Assim, embarco no dorso de uma Avestruz em direcção à Luz, que ali, qual
brilhante Diamante, descansa na Paz de uma Welwitchia imponente, que
valentemente afronta a agrura do lugar, com robustez e bravura...
Uma vez em "Tróia", pergunto-me se há "tramoia" no que vejo, ou se é
apenas o desejo de me ver a banhar na Restinga do meu Lobito, ou até, se é
restrito e circunscrito algo do meu inconsciente, que de tão faminto de saudade,
rebusca veementemente, com intensidade, o reviver de um qualquer instante, que
de distante sinto, porque perto o sinto...
Continuo a viagem e sou atacado por uma imagem muito fofa e boa, leio a placa
que tenho à frente e balbucio a frio, Foz Côa, mas que imagem, uma imagem de
um branco alvo que de tão branco, é alvo maior do melhor que já se viu, são campos
em Flor de Amendoeira, que me fazem voltar a Quanza Sul revestida em Flor de
Algodão, um Chão que me faz lembrar, toda a vez que tomo um café, por causa do
mesmo, mas, volto à estrada e vejo os Carros de Carnaval em Ovar, mais
Saudades no ar, não aguento, rebento, dou meia volta, e volta não volta estou em
Lisboa, na boa...
Sim, pensava eu, estou na Avenida a ver as Marchas, que bonito, mais Lobito, para
mim é demais, passo a Ponte que me serve de Charneira, meu Deus, não acredito,
vejo o Cristo Rei, será que estou em Sá-da-Bandeira?
Não paro, regresso a casa, paro o carro, abro a porta, e, acordo, descubro que estive
 a sonhar, sim, a sonhar...
Estou num Paraíso de Lagos, Praia da Luz, um Lugar que me seduz, que me recebeu,
que me acolheu, um Lugar que me deu o prazer de continuar a sonhar, um Lugar de
Sonho, neste momento, o meu Lugar...
Vejo uma Árvore de Natal, e...
É NATAL...
 
RÉJO MARPA
 
 
Foto de Mário Rui Ribeiro