ÁGUA DE AMOR, ÁGUA DE DOR...
Água, um bem que pode ser tormento...
Água, que em teu Corpo vive 70 por cento...
Água, que em igual percentagem,
qual miragem coincidente a Terra alaga
e afaga com ternura, a Agricultura esfomeada,
intermitente,
ou Água salgada que de sal, sal dás à vida,
Água que de míngua, Desértica é,
és Fé,
és necessidade, és a verdade apetecida,
por todos querida...
Água que em Chuva te tornaste,
que derramaste por terra, a mesma terra
que enterra seus filhos que tu levaste,
a quem muitos chamam Desastre,
outros, de Natureza,
mas que na pureza da Vida, qual Desastre em Vida,
qual mão da Natureza, qual mão Natural,
que afinal no final a única certeza,
foi um Desastre brutal,
só amenizado, atenuado,
na Amizade, na verdadeira Solidariedade,
esse gesto tão bonito,
que invadiu, sorriu e abraçou,
A CIDADE DO LOBITO...
Réjo Marpa
Colina da Saudade - Foto Mário Rui Ribeiro